quarta-feira, 16 de janeiro de 2019


       “Conhece a ti mesmo” escreve  Platão ao citar Sócrates. É uma frase muito bonita, mas com pouco efeito para quem não a descobre.
        Eu a descobri a partir de 2015, quando uma reviravolta na vida me fez rever tudo do que gosto e não gosto. Acabei descobrindo mais sobre mim nesse ano, que em todo o resto da minha vida... mudei da água para o vinho. Mas não sabia em que.
       Nos três anos que se seguiram, pareci uma adolescente abismada com o mundo. São tantas coisas que eu posso fazer, tantas que posso ser... me senti como se meus pais estivessem viajado e eu estivesse em casa sozinha pela primeira vez.
        Vislumbrei o mundo! Ou melhor, as possibilidades. Num dia pensei: “Eu poderia colocar silicone nos seios..?”, no outro, estava ligando para a clínica estética marcando a cirurgia. A primeira tatuagem surgiu como se fosse uma libertação da alma. Claro que um ano depois, veio a segunda.
       “O que está acontecendo comigo?”... eu pensava. Muitas teorias foram levantadas durante esse tempo, tais como que fui reprimida por muito tempo, não tinha grana pra bancar essas coisas ou não havia conhecido um parceiro tão incrível como tenho hoje.
        Apesar de todo mérito que meu “namorido” tem nessas mudanças de humor, principalmente, a verdade eu encontrei agora, no início de 2019: eu não vivi a vida que seria adequada para a minha personalidade.
        Tudo o que vivi até agora, não foi escolha minha... (até 2015). Vivi por tabela. Sobrevivi. Todas as “escolhas” não foram minhas. Todo Capital cultural obtido foi imposto por alguém.
       Para não me alongar tanto, vou focar em algo simples: a música. Por muitos motivos eu não escolhi do que gostar... eu gostava do que minha mãe gostava, e depois do que as freiras gostavam... e logo depois, suportava o que o pai dos meus filhos gostava. Nunca escolhi.
       Hoje vejo o homem mais incrível que conheço  (o amor da minha vida) com lembranças lindas de tantas bandas e músicas das quais nunca ouvi falar... onde eu estava? Ele me mostra e canta feliz, relembrando uma época da qual somos contemporâneos, mas que parece que eu estava em outro planeta...
        E é tudo tão bonito, que me revolto por não ter visto... com certeza eu seria esta pessoa de hoje há 20 anos atrás... o que aconteceu com a vida que eu devia ter vivido?????
Mesmo que houvesse uma resposta simples, não ia adiantar. O que me resta é me conhecer cada vez mais. E para isso, elegi 2019 como o ano da música! Vou descobrir as bandas das décadas de 80 e 90, e tentar construir lindas lembranças para cada uma delas.
E assim, vou descobrir um pouco mais de mim. E você? Está vivendo a vida que deveria?

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Sutiã



      Voltando da faculdade hoje (estou na metade do curso de Veterinária), me deparei com um pedaço de metal - que existe no sutiã para abotoadura - furando minhas costas, durante a viagem. Me perguntei por quê ainda não comprei um sutiã novo, já que apenas um dos três que tenho ou não me machuca ou não está remendado. Daí as lembranças reapareceram...
      Lembrei de ter umas vontades que hoje não estou valorizando tanto. Por várias vezes, eu passava -sozinha ou com as crianças- em frente de alguma lanchonete e viajava no pensamento: "Ah, como deve ser bom, sentar ali, pedir comidas, bebidas, sem tanta preocupação se o dinheiro dá para comprar... apenas pedir e comer... e só no final, perguntar "quanto deu?"...".
      Ainda trabalhava na padaria quando "surtei" e resolvi acompanhar os colegas de trabalho, no dia do pagamento, para uma cervejinha... foi a primeira vez que fiz algo assim. Sentei lá e pedi uma(sabia quanto custava), e foi a primeira vez que senti o gosto de uma dessas. A sensação de parecer uma pessoa normal foi tão boa! Mas tive que sair logo, pois eu era uma garota casada há quase um ano e além de trabalhar das 5h da manhã e sair depois das 19h, eu só tinha o direito de voltar correndo para casa.
     Assim que cheguei, tive uma briga com o então "companheiro". 
     Naquela época eu achava normal não ter nada, nem mesmo direitos. Depois de tanto tempo, ainda me vejo com aquela mentalidade... não compro quase nada para mim. Muita coisa já melhorou, mas aquela menina ainda custa a crescer... parece que o que vivi na infância e na adolescência determinaram quem sou.
     Mas por ter percebido esse pequeno detalhe, por meio destas lembranças, fico feliz em poder mudar e melhorar por dentro também, porque por fora, já sou uma mulher bonita, saudável inteligente e independente... só resta a garotinha que ainda habita em mim também acredite nisso.


Vou comprar dois sutiãs. 

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Sem sono

      Através de uma comparação grosseira, imaginei minha mãe com a minha idade... ela teria uma filha com 8 anos, outra com 7 e um garoto com 6. Estaria morando na Rua Godofredo Machado, nº 57, bairro Roosevelt, Uberlandia/MG. Ela estaria tentando um novo casamento, e deste, já teria duas filhas.
      O que torna grosseira esta comparação, é o fato de querer comparar comigo: três filhos adolescentes, mas também tentando um novo relacionamento. A grosseria está mais no parceiro em questão do que com a situação. Minha mãe confiava nele, devia gostar dele... mas imagino o quanto foi doloroso para ela saber que ele a havia traído, não com aquelas mulheres de sempre, mas com suas filhas...
      Quando se é criança, não se presta atenção ao redor. Você só vive, e sente, e vive de novo. Os sentimentos alheios não são perceptíveis. O que ela sentiu naquela situação foi abafado pelo meu medo. Fiquei cega pela situação, e nunca pude olhar para aquela mulher como ela merecia ser vista.
      Quanto mais me afasto dela pelo tempo, mais a compreendo. E hoje me peguei pensando, que é bem possível que, aquela ida de seis anos para um colégio interno em Sergipe, fosse muito mais que falta de recursos numa casa onde tudo falta. Talvez a dor que sentia ao nos olhar fosse forte demais, pois eram  muitos sentimentos entrelaçados, difíceis de se entender... mas hoje... queria poder ter visto isso a tempo.
      A cada nova situação que acontece comigo, comparo com ela... é inevitável. Fico tentando entender cada gesto dela, cada decisão, cada dor... e acabo me perguntando, como aquela mesma criança de sempre: "onde você está?". Logo em seguida, digo que não é justo, e rezo para que exista uma lei na natureza onde as pessoas que morrem possam ver ou ouvir quem ficou... e se quiserem, viver os bons momentos delas.

      Mas isso foi apenas mais uma lembrança. É bom escrever, pois essas sensações vem e vão...e eu quero controlar um pouco esse sentimento. São 01:09 da manhã, e acho que agora conseguirei dormir, pois precisava escrever isso.... por ela.

domingo, 21 de agosto de 2016

Parte 2

PARTE 2

        Resolvi dividir esse registro de memórias em partes, pois não sei como organizar, tendo em vista que irei me aproveitar das lembranças que vão surgindo, fugindo assim da ordem cronológica dos fatos. Nesta segunda parte, fui motivada a escrever por conta de uma aluna, que me informou esta semana que se afastaria da escola por causa de sua gravidez que acabara de ter descoberto. Não lhe aconselhei a continuar, já que estamos chegando ao final do ano, pois sei bem que essas decisões dependem da força que cada um tem.  
         Terminar o Ensino Médio não foi fácil. Não digo isso por causa das disciplinas, pois sempre gostei de conseguir boas notas, mas pelo pesadelo de não poder fazer planos. Sempre planejo tudo que faço. Tem coisas que dependem do meu esforço somente, e outras, como o vestibular, da sorte. Ao me deparar com o fim do ano, meus planos tiveram que esperar o maldito/bendito resultado. E isso me deixava extremamente nervosa: passei a tratar mal as pessoas, fiquei mais reclusa, impaciente e chorava constantemente. Meus filhos me irritavam até por perguntar algo banal e meu companheiro por não perguntar. Parecia que somente eu via a importância do momento.
        Fiz a prova. Desde então, meu coração passou a viver na boca. Opção: Licenciatura em Química, na UEPB em Campina Grande. Problema: eu morava em Solânea. Mas isso eu pensaria depois. Também estava inscrita no PSS na Federal para Licenciatura em alguma coisa, mas era apenas para cumprir tabela. A família do meu companheiro apoiava que eu estudasse em Bananeiras, caso passasse no PSS, pois era pertinho de casa, e de onde eu morava, chegava no Campus até a pé (que seria mais viável naquele momento). Saiu o resultado da UEPB...
         Saí antes das sete da manhã do dia anunciado para o resultado, com o semblante preocupado e esperançoso de quem não dormiu na noite anterior. Estava em busca de um jornal impresso, pois era o veículo mais utilizado desta época para os resultados. Cheguei em três pontos de venda, e a cada um que chegava, me informavam que ainda não receberam os jornais... quando dava uma volta no quarteirão, recebia a notícia que que foram vendidos todos!
         Após peregrinar sem sucesso, descobri que uma livraria ali perto fazia buscas desse tipo na tal da internet! Ao chegar no lugar, aguardei eternos cinco minutos para descobrir que o resultado só estaria disponível a partir das dez... Fui para casa cansada, desanimada, chorosa... mas pedindo aos céus que adiantassem o tempo, pois minha vida se esvaía do meu corpo a cada suspiro angustiado... senti taquicardia, a vista escureceu por duas vezes, mas devia ser a fome, velha conhecida minha.
         Deitei na cama e chorei. A pessoa que me acompanhava naquele momento, se dispôs a buscar o resultado, vendo em mim o meu próprio resto.Ele saiu, e eu fiquei um pouco na cama. Em seguida senti a esperança crescendo de novo, e meu corpo respondeu. Levantei e fiquei na sala, arrependida por não estar na rua, buscando meus planos.
         Minha vizinha, e integrante da família do companheiro, veio na minha casa me chamando. " O que ela quer?" pensei já pensando em como despistá-la. Pelo semblante dela era algo bom...entendi! Era meu resultado! A pessoa que saiu para buscá-lo ligou para ela para que a notícia chegasse logo! "Você passou, Sandra, nos primeiros lugares!"
Minha vida voltou quente às minhas veias!  Chorei toda a dor de tudo que passei... agradeci até a quem não merecia... mas que importa? A vida voltou!
         Novos planos começaram a ser traçados. Agora posso continuar lutando pela melhoria da minha vida e ser um exemplo para meus filhos.
         E minha aluna? Não... ela não tem força para passar por isso, e muito menos pelo que veio depois na faculdade. A deixei ir, lembrando da minha luta. Espero que ela tenha feito uma boa escolha, pois o caminho mais fácil não resolve nada e muitas vezes, só adia o problema.


domingo, 20 de dezembro de 2015

Uma história prá contar

     A memória é uma coisa engraçada. Esconde e traz à tona fatos que deveriam ficar esquecidos, e escolhe momentos, às vezes inadequados, para remenda-los de volta à nossa vida.
     Essa semana, um fato ocorrido com uma pessoa muito querida, me levou ao de 2004. Antes do episódio, devo situá-lo, caro amigo, cara amiga, das condições em que estava vivendo.
        Morava com uma pessoa, já há mais de cinco anos, três filhos: dois meninos e uma menina. Esta pessoa não trabalhava (vítima de paralisia infantil), e era subsidiado pelo governo com um salário mínimo. Um carrinho de churros nos ajudava em algo na nossa pequena renda, e eu era quem fabricava e vendia.  
     Estava terminando o ensino médio. Essa fase da escola, para muitos, é uma fase corriqueira. Para mim, uma fase crucial para as mudanças que estariam por vir.
    Por causa da segunda gravidez, o segundo ano do ensino médio foi complicado. Meu filhinho nasceu em abril, passei os meses antes das férias curtinho o bebê, mas depois das férias, eu tinha que retornar à escola, ou perderia o ano. Já havia perdido um ano na primeira gravidez, e não pretendia perder de novo.
Ir prá escola com um bebê não é fácil: levava num carrinho que ganhei de alguém, assim como a maioria das minhas coisas. Um ônibus, providencialmente, passou até este ano na frente de casa, na parte da tarde, o que me fazia ir à escola com menos sacrifício, e na volta, uma caminhada de quase quarenta minutos.
     Na escola, o bebê ficava no carrinho e eu o balançava... até quando acordava, chorava, e eu tinha que sair para amamentar ou trocar a fralda de pano. Quando ele ficava acordado, eu me mantinha de pé na porta da sala, para assistir a aula e evitar que ele atrapalhasse. Foi nesse cenário que ouvi da professora: ”Estão vendo no que dá, colocar o carro na frente dos bois?”. Eu ouvia tudo calada, mas triste, por ser um exemplo ruim. Mas que podia fazer? A única certeza de quem não tem nada, é que se é possível alcançar algo através do esforço. Assim, fui para o terceiro ano, cheia de orgulho pelo feito, e inocente, sem saber que aquele seria o menor dos sacrifícios.
       Mas alembrança da qual me referi neste texto foi com uma pessoa muito querida. Ao vê-la entristecida por não poder resolver problemas de saúde de um familiar, por causa de sua situação econômica, lembrei-me repentinamente que isso já aconteceu comigo várias vezes... mas numa em especial, me fez gritar, silenciosamente, por uma promessa.
        Minha filha doente, não lembro quais todos os sintomas, mas se manifestava algo na pele... fui ao posto de saúde e horas depois fomos atendidas. Ao receber a notícia de que era algo simples de tratar, saí com um receituário para retirar o medicamento ali mesmo, pois o governo oferecia. Acabei frustrada ao saber que o medicamento estava em falta, mas ouvi a frase mais dura para mim naquele momento: "Não tem problema, moça, o remédio é bem baratinho, custa em torno de dez reais...". Precisaria de uma postagem inteira só para descrever a minha sensação de impotência naquele momento. Saí abraçada à minha filha, chorando em silêncio, olhando com raiva para as pessoas da rua, por saber que tinham essa quantia e "jogavam fora" com um lanche, e eu ali, abraçada aquele anjo, fazendo promessas para anos seguintes.  Minha menina melhorou, não se preocupem, obriguei o pai a pedir dinheiro emprestado a alguém da família, mas a revolta havia se instalado em mim. Antes era um incômodo de estar no lugar errado e com pessoas erradas, mas a partir daquele momento, o caos estava para se instaurar e causar alguma mudança!

      Nossa... me perdi nas memórias. Lembro-me de começar escrever algumas linhas para contar um fato isolado, mas pelo que estou percebendo, precisarei de mais linhas e paciência dos leitores. Existem partes dessa história, que conto uma vez por ano, para motivar pessoas. Vou aproveitar este espaço e esta oportunidade para retirar o máximo das minhas lembranças, e mostrar para mais pessoas, que força e superação não andam sozinhas, e que dependem só de você. Escreverei mais, e convido à todos a acompanhar cada postagem e deixar seus comentários, para me orientar e não me perder em meio ao meu passado, até agora tão propositalmente esquecido...

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Dicas de uma futura-ex-estressada.



     Estresse? Há 5 anos atrás, eu dizia:"Doença de rico!" ou "Frescura de quem quer chamar a atenção!". Era tão distante a ideia de que o estresse existia, que se tornava muito difícil de aceitá-lo, apesar de já apresentar leves sintomas.
     O problema, é que pensamos nas doenças como algo isolado. Uma dor de cabeça, é problema na cabeça, dor no estômago é gastrite, etc... pensar em algo generalizado, é novo. Prá explicar melhor, vou dar meu exemplo.
     Desde a minha adolescência fui inquieta. Ia de 8 à 80 facilmente. Apresentei dores estomacais que duraram até ano passado, furúnculos sazonais, dores de cabeça que já faziam parte da rotina, arritmias inexplicáveis... e agora na fase adulta, apareceram tremores depois de grandes descargas de adrenalina por apenas abrir os olhos pela manhã. Não precisa nem falar do incômodo da candidíase recorrente. 
     Como é de se esperar, sempre procurei os médicos para cada sintoma especificamente. mas nunca alcancei um resultado agradável.Um belo dia, após apresentar o último sintoma - pressão alta e descontrolada - o clínico geral sugeriu um psiquiatra, pois eu apresentava sinais de síndrome do pânico. Fui.
     Problemas resolvidos? Claro que não! Ele me receitou um ansiolítico e terapia. kkkkkkkk!
Mas uma pergunta do médico me direcionou: " Você foi uma criança preocupada?". Pronto. Não parei de pensar.
     Percebi que somos como um recipiente invisível. Ao longo do tempo, nós vamos nos enchendo... mas nem sempre são coisas boas que guardamos ali, e por isso, sentimos ao passar dos anos, sintomas diversos: cada um relativo a um sentimento. E não adianta tratar cada um separadamente, pois tudo se refere ao SEU CONTEÚDO.
     Está curiosa(o) se resolvi meus problemas? Estou feliz por ter encontrado uma possível solução. Tem um mês que os sintomas diminuíram consideravelmente, todos de uma vez. O que estou fazendo? Descobri a palavra RESILIÊNCIA.Ou seja, resistência ao estresse. Como estou exercitando minha resiliência, vou dar a dica para que possamos, daqui a um tempo, comparar os resultados. 
Para isso, você precisa focar nesses seguintes itens:
1 - Religião: ter ou não ter. Firme-se onde você possa se sentir feliz. Eu preferi não ter.
2 - Acreditar em si: Faça algo exercitando sua capacidade de crescimento. Eu decidi entrar em nova faculdade para realizar meu sonho.
3 - Goste de si mesmo: procure se conhecer.Elimine qualquer influência, boa ou má, mas descubra tudo sobre você. Eu descobri que o casamento é uma opção e não uma necessidade.
4 - Quociente emocional: pesquise e exercite sobre este tema. Como é motivo de outra matéria, vou deixar que você pesquise, e se precisar, faço uma especial com um link com este nosso papo.
5 - E por fim, relacionamentos: Amigos são remédios maravilhosos. Não tenho muitos, mas estou em busca desesperada, kkkkkk! Minha intenção é ter amigos de todos os tipos, coisa que me restringi por causa do estilo de vida pelo qual achei que era o certo.

Espero que esta matéria inspirada ajude a direcionar os estressados de plantão!


sábado, 13 de junho de 2015

Capital cultural

   "Emprestado da economia, o termo capital cultural tem um papel nodal para o pensamento sociológico de Pierre Bourdieu, cujos estudos acentuaram a dimensão de que a origem social dos alunos se constitui em desigualdades escolares. Em outras palavras, o capital cultural é o que pode designar o sucesso ou o fracasso de cada aluno."
   Ou seja: existe determinados conhecimentos que são acumulados durante a vida, que ditarão o sucesso ou fracasso de um aluno na escola. Mas que conhecimentos são esses?
   O pensamento da escola: O aluno está vindo de farda? Está chegando 14 minutos atrasado? Não trouxe o livro? A blusa branca não é totalmente branca? Proibir o uso de celulares?
   Pergunta básica: você, professor, gestor, acha mesmo que esses questionamentos vãos melhorar o ensino na sua escola???
   Para não ficar muito no campo das ideias, vou dar um exemplo para que possa ser usado nas próximas reuniões escolares: 
                                           Teatro Santa Ignês - Alagoa Grande



                                   
                                                 Banheiro público-local da apresentação

   Estes são alunos da Escola Estadual de Alagoinha em visita à Alagoa Grande para assistir à apresentação da peça sobre Raul Seixas. A professora de Português, Andreia Fernandes, conseguiu um ônibus da prefeitura de Alagoa Grande para buscar os alunos da cidade vizinha para que pudessem apreciar, pela primeira vez para na maioria deles, um espetáculo teatral.
   Agora a segunda pergunta: o que isso tem a ver com educação?
   Se você não souber responder, caro leitor, pode ficar preocupado. Lembra das perguntas apontadas no início do texto? Pois é... na maioria das vezes é tudo que se fala na reunião escolar. 
   Espero que este texto abra debates nas escolas sobre o que realmente importa na educação, e que o capital cultural do estudante seja levado em consideração e ampliado na escola, para que possamos de fato promover mudanças. Parabéns, professora, por sair do "quadrado" da educação e dar um bom exemplo para todos nós!